Às vezes é assim. As palavras rompem de madrugada.
De repente. Sem aviso. Como água que corre, encontram o seu percurso . Ficam
logo alinhadas. Arrumadas no sítio certo. E quando as passamos ao papel é como
se outro as escrevesse. Ou no-las ditasse ao ouvido. Num jorro. Depois é como
se só nesse momento despertasse. É só arranjar um pouco. Corta aqui. Apara ali.
Acrescenta uma virgula acolá. Limpa um ruído que arranha a sensibilidade. E
fica pronto. Mas sempre com a estranha sensação de não sabermos donde vieram
as palavras.
É, às vezes acontece assim. Outras vezes, uma qualquer represa misteriosa não deixa fluir os pensamentos/palavras...
ResponderEliminarE as palavras que se perdem no caminho? Entre o momento em que elas nos batem à porta, de jorro mas silenciosamente, muito ciosas de si, e nós confiamos cegamente nelas, que não nos abandonarão, que se mostrarão mais tarde quando delas nos quisermos recordar. Até porque - quantas vezes - delas ficámos enamorados! Traidoras! ...
ResponderEliminarAs palavras rompem em qualquer altura. Basta estarmos com a mente de vigília.
ResponderEliminarAntónio, e as palavras serem um registo gráfico do nosso EU?!