David Teles Ferreira

aqui vou publicando o que vou escrevendo

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Memórias



Antigamente as coisas ficavam na nossa memória. Fossem boas ou mais. Ou apenas o número de telefone próprio ou dos familiares e amigos. Agora tudo fica na memória do telemóvel. Não usufruímos das situações, paisagens ou acontecimentos para gravar no aparelho para lembrança futura. Mas como acabamos por não sentir a emoção do que vivemos, ocupados que estamos a registar a coisa digitalmente, a recordação torna-se difícil. Fica sempre defeituosa. Titubeante. E quando a maquineta se avaria, perdemo-las para sempre. Mais vale vivermos o que nos vai acontecendo com a maior intensidade possível, sem grandes preocupações de registo. Se a emoção que nos causar for forte, o nosso cérebro se encarregará de a memorizar para sempre. Poderemos revivê-la sempre que quisermos. E, mesmo que ele se avarie, dizem que essas memórias são as últimas a desaparecer.

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