Antigamente as coisas ficavam na nossa memória.
Fossem boas ou mais. Ou apenas o número de telefone próprio ou dos familiares e
amigos. Agora tudo fica na memória do telemóvel. Não usufruímos das situações,
paisagens ou acontecimentos para gravar no aparelho para lembrança futura. Mas
como acabamos por não sentir a emoção do que vivemos, ocupados que estamos a
registar a coisa digitalmente, a recordação torna-se difícil. Fica sempre
defeituosa. Titubeante. E quando a maquineta se avaria, perdemo-las para
sempre. Mais vale vivermos o que nos vai acontecendo com a maior intensidade
possível, sem grandes preocupações de registo. Se a emoção que nos causar for
forte, o nosso cérebro se encarregará de a memorizar para sempre. Poderemos
revivê-la sempre que quisermos. E, mesmo que ele se avarie, dizem que essas
memórias são as últimas a desaparecer.
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