Há dores tão grandes que ultrapassam as barreiras
da pele. Há dores tamanhas que as sentimos como nossas, mesmo quando só as
vemos em fotos e reportagens. Que superam distâncias e nos atingem como raios.
Quem pode ficar indiferente perante a morte de uma criança, mesmo desconhecida?
Que não sente um aperto no peito perante a imagem de um cadáver de menino? Que
não se sente culpado do alívio que experimenta por não ser seu filho ou neto? Que
não pensa o que seria se aquela situação se passasse consigo? Mas há gente que
continua a julgar que certas coisas só acontecem aos outros. Que insiste em
querer culpar ou esconder os sintomas em vez de eliminar a causa e, assim,
deixa aumentar o tumor até ele já não ter solução. Até se tornar tão maligno
que já há salvação.
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