Dei por mim a achar que sou um
empreendedor. Pelo menos já a minha tia Laurentina dizia quando eu era rapaz,
Filho, não empreendas tanto, És mesmo de ideias fixas, Sempre a empreender,
sempre a empreender em tudo, Não penses tanto, Ainda dás em maluquinho. E eu
sempre na lua a cismar. A matutar. A cogitar. Sempre a analisar tudo uma e
outra vez. Sempre a empreender nos meus problemas, como ela dizia. Por isso,
quando ouço a palavra empreendedor, associo-a sempre à palavra problemas. Mas
sei que se ela ainda fosse viva, e ouvisse falar tanto em empreendedorismo, me
ia dizer, Empreende, filho, empreende, que dizem na televisão que isso tem
futuro. E eu, que continuo a pensar e repensar pensamentos, não sei se ganho
alguma coisa com isso. Mas sou, certamente, um empreendedor.
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