David Teles Ferreira

aqui vou publicando o que vou escrevendo

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

A água do tempo




Numa recôndita gruta, situada numa remota cordilheira, corre uma água com propriedades especiais. Chamam-lhe a água do tempo, porque guarda memórias. A água forma um pequeno e calmo rio que abastece um grande lago subterrâneo, tão profundo que nunca ninguém o conseguiu medir. Não se sabe por que mecanismo, a água volta a subir para voltar a lá desaguar num movimento perpétuo. E mede, também, a passagem do tempo como um relógio que além de horas medisse anos e séculos, pois toda a gruta funciona como uma gigantesca clepsidra. A gruta está guardada por um povo antigo a quem chamam os guardiões do tempo, e que só deixam aproximar-se dela quem vai por bem. Quem quer lá ir guardar memórias, só tem de se banhar numa das poças que o rio forma. E quando as quer recuperar, basta lá voltar e beber água. Dizem que há pessoas que, quando bebem daquela água, conseguem recuperar não só as suas lembranças, como as memórias dos seus antepassados. Dizem que há pessoas que se vão banhar no rio e vêm embora, para não mais lá voltar.

1 comentário:

  1. "Dizem que há pessoas que, quando bebem daquela água, conseguem recuperar não só as suas lembranças, como as memórias dos seus antepassados. Dizem que há pessoas que se vão banhar no rio e vêm embora, para não mais lá voltar."
    Esta água do tempo tem magia e a ideia de poder recuperar memórias de antepassados agrada-me.

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