E de repente, um dia, foi-se embora. Ausentou-se. Desapareceu.
Ninguém notou. Porque o corpo continuava ali. A andar no meio dos outros. A
comer, a beber e a dormir. Mas por dentro já se tinha escapulido. Já lá não
estava. Já não lhe interessava lá estar. Houve quem se apercebesse de que algo
estava diferente. Mas ninguém entendeu exactamente o que se passava. E, também,
ninguém se interessou o suficiente para tentar entender. Interpretaram-no como
mais uma das suas peculiaridades. Sempre tinha sido considerado excêntrico.
Passou os últimos anos em viagens e sítios que só ele conheceu. Quando morreu,
toda a gente se admirou de ele ter ficado com um sorriso congelado nos lábios.
Mistérios da vida e da morte que ninguém entende, porque se os entendêssemos...
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