David Teles Ferreira

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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

A ausência

A ausência magoa. Todas as ausências. Se não dói não é ausência, chama-se alívio. Há portanto afastamentos que até são um refrigério. Vai e não voltes tão depressa. Ou nunca. Faz-nos lá o favor de ir morrer longe. Mas quando é ausência oprime-nos o coração e lacera-nos de saudade. Sentimo-la no corpo todo. A lembrança do outro não nos sai da cabeça. Está mais presente em nós, às vezes, do que quando estava ali ao nosso lado e bastava estender a mão para lhe tocar ou apurar o ouvido para ouvir a sua respiração. A ausência é corrosiva. Mói, mói até nos deixar buracos na alma.

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