David Teles Ferreira
aqui vou publicando o que vou escrevendo
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
Bola Rosa
Meço mentalmente a distância da bola rosa ao buraco. Depois a distância da bola branca à bola rosa. Avalio a força necessária. Dobro-me sobre a mesa e ensaio a posição do taco sobre a dobra do polegar. Levanto-me. Calculo onde deve parar a bola branca para embolsar a próxima bola. O efeito a fazer. Concentro-me. Não posso falhar. Se a bola rosa não entrar acabou tudo. Não haverá mais nenhuma oportunidade. Se acertar mantenho-me em jogo. Posso dar a volta ao resultado. Preciso ainda da próxima bola, mas essa não será difícil. Principalmente se deixar a branca bem posicionada. Dobro-me novamente sobre a mesa. Faço deslizar o taco. Hesito. Ergo-me e recalculo tudo. Retomo a posição de tacar. Fixo o ponto da bola branca onde o taco tem de acertar, lá mais à frente a bola rosa e ao fundo o buraco no canto esquerdo onde ela tem de entrar. Tem de entrar. Não fecho os olhos mas é como se os fechasse. Esvazio o cérebro. Tento apenas sentir. Torno a focar o olhar. Respiro fundo. Puxo o taco atrás lentamente. Preparo o efeito. Suspendo a respiração. E taco.
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Porreiro.
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