David Teles Ferreira
aqui vou publicando o que vou escrevendo
quarta-feira, 11 de março de 2015
Dói tanto
Para esta dor não há analgésico. E dói tanto. Quando me dói a cabeça, a barriga ou uma perna, tomo um comprimido e lá acaba por passar. Mas esta dor que não sei se vem da alma se donde vem, que vem do mais profundo de mim e me aperta o coração e me revolve as entranhas, não passa com nenhum comprimido. Há quem se meta em drogas ou em igrejas esquisitas por causa de dores destas, mas eu sei que também não é remédio. A dor não passa. A única coisa que a atenua é o tempo, mas só a abranda, nunca a elimina. E tu já me tinhas doído tanto. Doeste-me quando estávamos juntos e nunca estavas. Doeste-me quando me atraiçoaste uma e outra vez. Doeste-me quando voltavas. E outra vez quando voltavas a partir. Doeste-me quando te mandei embora de vez. E tanto e durante tanto tempo quando fiquei sem ti. A bem dizer foi uma dor que lá se foi atenuando, devagarinho, mas nunca passou verdadeiramente. E agora voltou a doer muito quando te vi, uma sombra de ti próprio no corredor de um hospital. Doeu e de que maneira quando voltei a estar contigo mesmo se já te pressentia a morte nos olhos. E agora que morreste dói, dói. Dói tanto!
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