David Teles Ferreira

aqui vou publicando o que vou escrevendo

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Quando ela praça



Quando ela passa, a praça parece parar. Tudo aparenta ficar num estado de suspensão em que apenas ela se move. E como se move. Entra por um dos cantos e atravessa o largo em diagonal. Sem rebuço mas sem ostentação, antes de forma bem natural. Sempre no mesmo passo ligeiro, mas não apressado, e com um sorriso gaiato. O trajo sempre cuidadíssimo e original. Modelo exclusivo dela própria, aliás. Não é propriamente magra, será mais para o cheio, mas tem uma elegância e uma graça genuínas. Há coisas que não se aprendem, há coisas que não se imitam, nascem com a pessoa. Nisso reside a verdadeira beleza. Ser-se como se é e assim se mostrar. O que na verdade chama a atenção para ela não é o vestuário, por mais cuidado ou singular, é a sua genuinidade. Há, de facto, pessoas assim.

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