Quando ela passa, a praça parece parar. Tudo
aparenta ficar num estado de suspensão em que apenas ela se move. E como se
move. Entra por um dos cantos e atravessa o largo em diagonal. Sem rebuço mas
sem ostentação, antes de forma bem natural. Sempre no mesmo passo ligeiro, mas
não apressado, e com um sorriso gaiato. O trajo sempre cuidadíssimo e original.
Modelo exclusivo dela própria, aliás. Não é propriamente magra, será mais para
o cheio, mas tem uma elegância e uma graça genuínas. Há coisas que não se
aprendem, há coisas que não se imitam, nascem com a pessoa. Nisso reside a
verdadeira beleza. Ser-se como se é e assim se mostrar. O que na verdade chama a
atenção para ela não é o vestuário, por mais cuidado ou singular, é a sua
genuinidade. Há, de facto, pessoas assim.
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