A indiferença é como um cancro silencioso. Mata e
quando começa a doer já é tarde demais. Quem vive indiferente ao e aos que o
rodeiam, já morreu e não sabe. Existe, apenas, num permanente entorpecimento.
Passa pela vida sem levar nem deixar lembranças. Será apenas mais um
assentamento num qualquer registo de uma qualquer conservatória. Aos casais em
que a indiferença se instalou, já expirou a validade e não repararam. Muitas
vezes até acolhem com agrado esse apaziguamento que se instala após os
conflitos. Julgam que atingiram o entendimento. Terrível engano. Pior ainda
quando o indiferente é só um deles. Porque é apenas um cessar-fogo que antecede
o aniquilamento total. Mesmo quando se mantêm juntos até ao fim das vidas, pois
vivem algo que já não é. Se há indiferença é porque o amor acabou. E há muito
tempo. Estarão juntos por hábito, por comodismo ou por qualquer outra razão. Os
indiferentes poderão nunca se sentir infelizes. Poderão até existir tranquilos.
Poderão, eventualmente, até andar contentes. Duvido é que alguma vez vivam
felizes.
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