Uma das sensações mais angustiantes que podemos ter
é a de ter vida em suspenso. De querermos seguir caminho e, por motivos que não
controlamos, estar em compasso de espera. Pode ser uma doença, uma decisão que
aguardamos e não depende de nós, uma acção que a outro cabe realizar e não
conseguimos influenciar. É aí que percebemos que o querer é poder é, por vezes,
demasiadas diria, uma grande balela. Porque há coisas que, pura e simplesmente,
saem do nosso controlo. Não dependem de nós nem da nossa vontade. E isso pode
ser extremamente frustrante se não soubermos lidar com a situação. Porque só
nos resta aguardar. E se não admitirmos que nada podemos fazer para alterar o
desfecho, infernizamo-nos em vão. Exaurimos as nossas forças inutilmente como
uma mosca a bater numa vidraça. A única coisa a fazer, então, é aceitar a
espera e concentrarmo-nos no que podemos fazer e controlar. No que de nós
depende. Pequenas coisas que sejam. E antecipar desfechos e consequências, não
para tão só nos atormentarmos mas para pensar opções e planear procedimentos.
Nunca antecipar nada. Acho que chega o que acontece. Resolver, ou tentar resolver, o que vai surgindo. Com calma. Foi o que me ensinou a vida. Quando viaje, faço sempre a mala só horas antes de partir.
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