Somos todos um enigma. Nunca conhecemos
inteiramente quem está ao nosso lado. Nem aquele que vive connosco uma vida inteira.
O que não admira pois nem nos conhecemos inteiramente a nós próprios. Nem
sempre é necessariamente mau um pouco de mistério. Apimenta as coisas. Desde
que não se torne um abismo. Por outro lado, as pessoas mudam com o tempo. Nós e
os outros. Por isso, se nos distraímos, se não vamos estando atentos às alterações,
que vão sendo graduais e subtis, acabamos com um estranho a nosso lado. Que
poderá sentir exactamente o mesmo que nós. Que também já não nos reconhece. E,
como a mudança é inevitável e irreversível, a única solução é estarmos sempre
atentos e procurar mudar em conjunto. Ou, pelo menos, apercebê-la em tempo real
e conseguirmos aceitá-la. Para não termos, nem sermos, surpresas desagradáveis.
Eu e outro que vive comigo, temos um contracto: irmo-nos avisando das nossas mudanças. Sempre atentos.
ResponderEliminar