Jogámos o jogo da corda. Nos últimos tempos parecia
que não sabíamos fazer mais nada. Jogámos e jogámos até à exaustão. Puxámos a
corda cada um para seu lado, umas vezes com violência outras com astúcia, a
tentar trazer o outro para o nosso lado da vida. E desgastámo-nos, a nós
próprios e ao outro, neste jogo idiota. Sem juízo nem prudência. Nem sempre
jogámos sós. Muitas vezes, demasiadas até, havia quem nos viesse ajudar a puxar
a corda ou incentivar a fazê-lo. Quem nos acirrasse para não pararmos e
puxarmos com mais determinação e força. E nós, sem pensar, continuámos o jogo
para além de todos os limites. Para além de todo o discernimento. Até que de
tanto esticar a corda ela rebentou e cada um caiu para seu lado.
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